Minha cabocla a favela vai abaixo Quanta saudade tu terás deste torrão Da casinha pequenina de madeira Que nos enche de carinho o coração
Que saudade ao nos lembrarmos das promessas Que fizemos constantemente na capela Pra que deus nunca deixe de olhar Por nós da malandragem e pelo morro da favela
Vê agora a ingratidão da humanidade O poder da flor sumítica, amarela Que sem brilho vive pela cidade Impondo o desabrigo ao nosso povo da favela
Minha cabocla a favela vai abaixo Ajunta os troços vamo embora pro bangu Buraco quente, adeus pra sempre meu buraco Eu só te esqueço no buraco do cajú
Isso deve ser despeito dessa gente Por que o samba não se passa para ela Porque lá o luar é diferente Não é como o luar que se vê desta favela
No estácio, querosene ou no salgueiro Meu mulato não te espero na janela Vou morar na cidade nova Pra voltar meu coração para o morro da favela
Compositores: O samba é de Sinhô, como ficou conhecido o sambista carioca José Barbosa da Silva.