Minha alma chora, vejo o Rio de Janeiro Rio do desterro, samba, funk, telecoteco e James Brown Vejo a anatomia de um abraço numa lápide indefesa Cristo Rendido, paixão, telenovela e carnaval Aqui o narciso é carioca, não morre afogado, mergulha, dá um jeito Se transforma em peixe ornamental E o Rio se devora e se repele numa fantasia triste Em ser um capacho alegre, sempre da maneira mais atual Esse é o samba da caixa preta Salve o samba, nós temos samba Esse é o arremedo de suíngue, balanço, funk, telecoteco? Esse é o aconchego indulgente das águas de março fechando o verão. Fechando o verão? Esse é o narciso se achando esperto por não dar bandeira de afogado Se afoga narciso, pelo menos isso Se afoga narciso, compromisso é compromisso Se afoga narciso, avec elegance, esperteza tem hora Se afoga narciso Sobe o morro, desce o asfalto Bala perdida, mãos ao alto! Não sei se corro Não sei se calo É a Rocinha, é o Cantagalo Não tem sujeira, é o verão Sem promessa de vida pra qualquer coração É a polícia, é o emergente da Barra É a Tijuca, é a Guanabara Rio, me abraça com todos os teus restos Que eu sou tua cria, subproduto do subproduto Rio, me abraça com a tua decadência que eu te chamo de Maravilhosa precariedade na permanência Maravilhosa precariedade na permanência Maravilhosa precariedade na permanência Maravilhosa precariedade na permanência Maravilhosa!!!!
Compositor: Joao Luiz Woerdenbag Filho (Lobao) (ABRAMUS)Editor: Sony Music (UBC)Publicado em 2001 (04/Dez) e lançado em 2001 (01/Dez)ECAD verificado obra #63905 e fonograma #28787 em 03/Abr/2024